A palestra do dia 04/09 foi ministrada pelos meninos do BEBOP Stúdio, que propuseram aos alunos uma abordagem diferente. Em vez de apresentarem peças de portifólio, os sócios Hugo e João, ex-alunos da Escola de Design, optaram por compartilhar seus erros, acertos e frustrações no estabelecimento do estúdio como empreendimento. Por isso, de maneira descontraída e aberta a participação, os dois se aventuraram a responder "tudo o que você sempre quis saber sobre ter um estúdio de design (mas tinha medo de perguntar)", abordando os seguintes tópicos: burocracias ou aspectos legais; os clientes; a questão da grana (ou tópicos em gestão financeira); mantendo o foco (ou como trabalhar de forma coerente); e, por fim, desmistificando o amor: contra-conselhos para a vida.
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5 comentários:
Creio que a palestra da Bebop foi, até agora, a mais enriquecedora desse semestre em Seminários. Não que as outras não tenham nos feito proveito, mas a conversa com o João e o Hugo foi mais próxima da realidade em que todos nós estamos.
A maioria de nós não tem empresa nem sociedade mas já trabalhou como freelancer e passou pelos mesmos problemas que os meninos da Bebop. Clientes complicados, problemas financeiros e saber como se portar são problemas que todos os designers já passaram ou vão passar em suas carreiras. Saber como os meninos reagiram a cada uma dessas coisas é de uma valia muito maior do que apenas ouvir cases e histórias de sucesso da empresa. Design é processo e processo inclui erros e acertos.
Nós descobrimos a complicação que é abrir um escritório – que muitos de nós sabiam ser complicado mas não nos detalhes – e até eles acabaram descobrindo coisas sobre essas partes burocráticas com a Jucélia e a professora Iara. Soubemos melhor sobre como começar a pensar nosso próprio negócio de uma forma leve e descontraída.
Este foi outro ponto muito interessante: a descontração do seminário. Creio que seja algo muito válido, tanto como forma de aproximação, como até mesmo de aprendizado. Não foi uma palestra de alguém supostamente superior, foi uma conversa entre amigos de profissão, coisa que em minha opinião falta em nosso mercado.
Num mercado pequeno como o de BH – ou como o mercado de design como um todo no Brasil – onde a maioria das pessoas se conhece, podem acabar acontecendo reuniões de profissionais com maior tempo de trabalho em grupos fechados e pouco receptivos que além de poder atrapalhar a entrada de novos escritórios em um meio tão hermético, acaba interrompendo um intercâmbio de ideias que deveria haver entre essas gerações de experientes, entrantes e futuros designers.
A falta de proximidade entre esses 3 grupos talvez seja o principal motivo de, até hoje, termos entrantes em universidades e cursos técnicos de design que não sabem o que vão fazer naquela graduação, ou com que tipo de conhecimento ele lidará, etc. Fala-se muito em fortalecer o mercado e mostrar a força do design mas é difícil realizar ambas as tarefas se os designers não se mostram abertos nem aos colegas de profissão, muito menos ao público consumidor em geral.
Por conta disso, oportunidades como essa em que discutimos sobre os caminhos a tomar e os problemas por eles ajudam a melhorar o mercado, introduzindo uma nova leva de profissionais que sabe lidar cada vez melhor com as adversidades e é mais aberta e dinâmica às discussões, melhorando assim o design para os profissionais e os consumidores.
Os meninos do BEBOP Stúdio cumpriram com a proposta deles: a palestra foi realmente na contra-mão do que estamos acostumados a assistir, Hugo e João promoveram um bate-papo sobre alguns dos assuntos que mais geram anseio em nós. A maneira descontraída e aberta como eles conduziram a conversa, deixou todos muito confortáveis para participar e trocar experiências.
Um dos pontos da palestra que mais me interessou foi um relato dos meninos sobre situações em que devemos estar atentos quanto a nossa aparência e o modo de falar perante alguns clientes. Nós sempre ouvimos que devemos nos vestir e nos portar da maneira como queremos ser vistos e nem sempre entendemos a importância disso. Entretanto, eles nos deram exemplos de situações reais e muito prováveis de acontecer com gente, como receber um cliente importante (e inesperado) e não estar vestido adequadamente. Essa proximidade com a nossa realidade, garantiu uma melhor compreenssão desses conselhos.
Sobre os assuntos burocráticos, foi extremamente interessante criar uma noção sobre o processo de construção de um negócio próprio. Durante a faculdade, ficamos muito ligados a freelas que nem sempre requerem contratos ou nota fiscal e por isso não desenvolvemos um conhecimento sobre a parte burocrática de um negócio de design real.
Ainda, o Hugo e o João comentaram sobre a dificuldade que nós designers temos de cobrar pelo nosso serviço e nos deram conselhos sobre a importância de dedicarmos um tempo para conversar pessoalmente com o cliente a fim de explicar sobre o nosso processo de trabalho. Dessa maneira, é possível esclarecer a nossa metodologia de projeto e assim justificar a valorização do nosso serviço.
Por fim, os integrantes do BEBOP Stúdio confirmaram o que nós já começávamos a sentir no decorrer nas nossas experiências no mercado: apesar de termos optado por fazer design por amor, nem sempre nós vamos amar a nossa profissão, teremos dias bons e dias ruins (assim como em todas as outras profissões), mas o importante é sentir que tudo está valendo a pena! :)
A palestra ministrada pelos meninos do BEBOP Studio foi uma das mais proveitosas do último semestre. Em poucos momentos durante o nosso caminho acadêmico tivemos contato com pessoas que realmente expuseram a realidade do mercado de trabalho. O nosso contato tanto com os professores quanto com palestrantes foi quase sempre com cases inspiradores e de sucesso, o que também é ótimo, mas que muitas vezes não nos prepara para o que realmente enfrentaremos após a formatura. A palestra foi, portanto, um bate papo entre recém-formados que se aventuraram ao abrir seu próprio negócio e futuros designers, alguns que até desejam empreender, apresentando erros e acertos desse caminho ainda curto do Studio, trocando experiências.
Nem só de criatividade vive um escritório de Design, é preciso se planejar, acima de tudo. Conhecer de contabilidade, aspectos legais e administração é fundamental. Os depoimentos dos sócios do Studio, Hugo e João, nos mostraram que apesar das facilidades de abrir um negócio e ser seu próprio chefe, existem situações delicadas em que é preciso ter atenção especial, como por exemplo, local de trabalho, disciplina de horários, saber como lidar com o cliente, calotes, gestão financeira, burocracias de legalização do negócio, impostos, entre outros.
O mais importante da palestra foi ver que em nenhuma profissão teremos somente êxito, as dificuldades fazem parte do caminho, mas é preciso amar o que fazemos, aprender com os erros e trocar experiências para nos tornarmos profissionais mais completos e mais preparados.
Karoline F. Rodrigues - Design Gráfico/Noite
A palestra foi particularmente interessante, pois deixou muitas dicas para quem quer ter o próprio negócio.
Nota fiscal: Como a profissão de designer ainda não é reconhecida frente a lei, designers tem dificuldades em descrever seu serviço para conseguir emitir a nota. É bom consultar alguém que entenda do assunto para auxiliar a emissão correta.
Contrato: É muito importante estabelecer um contrato logo no início. É ele que vai estabelecer como será o desenrolar do projeto, nº de correções, prazo, forma de pagamento, entre outros. É uma segurança que vale a pena para evitar dores de cabeça depois.
Documentos (briefieng, ata de reuniões...): Sempre pedir para que o cliente assine. É uma garantia de defesa no caso de possíveis reclamações ou mudanças de ideia por parte do cliente ao longo do desenvolvimento do projeto.
Cuidado com o cliente: É extremamente importante conhecer o cliente e estabelecer uma boa relação com ele. Aumenta a confiança de ambos os lados e as possibilidades que este cliente procure o designer novamente para futuros projetos. O designer projeta para as pessoas. Não faz sentido projetar para elas sem antes entende-las.
O processo de design: Colocar o cliente por dentro das etapas do projeto também é uma forma de estabelecer uma boa relação com o cliente. Ele se sente mais seguro e o designer ganha mais liberdade para projetar.
Postura profissional: Quem quer ser tratado como profissional se apresenta como um.
Cuidado com o fornecedor: Assim como é importante estabelecer uma boa relação com o cliente, também é importante estabelece-la com o fornecedor.
Dinheiro: É importante que o designer saiba as épocas em que terá mais procura por seu serviço e as épocas de baixa procura e se planeje para não passar necessidade em nenhum momento.
Cobrar pelo trabalho: O valor cobrado tem que levar em conta não só o valor final do projeto acabado, mas também os gastos do processo e tempo gasto para projetá-lo.
Ariana Paz - DGN
A palestra da equipe Bebop Studio apresentou diversas questões interessantes. A apresentação foi centrada na experiência de mercado que os integrantes do estúdio adquiriram e algumas dicas de como se portar com profissionalismo. Um dos temas que achei interessante foi a importância dos contratos. A partir de muitas experiências como Freelancer e outros trabalhos, muitos de nós, recém formados, ou graduandos, não possuímos o conhecimento necessário para elaborar, ou até mesmo usar, um contrato. É sempre bom conhecer os detalhes legais de uma contratação e prestação de serviço e a palestra da Bebop pôde nos acrescentar muito nesse sentido.
Além disso, a equipe ministrou de forma natural e muito agradável uma temática que, em alguns momentos, pode ser um pouco tensa. Todos os assuntos tratados foram comentados de maneira divertida e com muitos conselhos,dados a partir de situações que os próprios palestrantes passaram e que futuramente podem ser úteis na nossa vida profissional.
Carina Ribeiro Cardoso - Design Gráfico/Manhã
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