sábado, 27 de outubro de 2012

Design, Consumo e Sociedade: Ligações Emocionais entre Pessoas e Bens de Consumo


Durante a palestra “Design, Consumo e Sociedade: Ligações Emocionais entre Pessoas e Bens de Consumo” serão abordados os fatores sócio/culturais que moldam a prática do design atual, suas origens nas transformações sociais do período pré Segunda Grande Guerra até a contemporaneidade, bem como suas características baseadas nas emoções e proposição de experiências de consumo. 




Anderson Horta, graduado em design de produto pela Universidade FUMEC e mestre em design pelo PPGD ED/UEMG, fundador e designer da Anderson Horta Emotional Design (www.andersonhorta.com). Email: andersonhorta@gmail.com







Referências:

DEBERT, Guita Grin. A dissolução da vida e a juventude como valor. Porto Alegre: Horizontes Antropológicos, 2010.
MAFFESOLI, Michel. O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. São Paulo: Forense Universitária, 1998.
VERGANTI, Roberto. Design-driven innovation: changing the rules of competition by radically innovating what things mean. Cambridge: Harvard Business Press, 2009.
LIPOVETSKY, Gilles. A felicidade paradoxal: ensaios sobre a sociedade de hiperconsumo. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
NORMAN, Donald. Design emocional. Rio de Janeiro: Rocco, 2008.


4 comentários:

DG Manhã disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
g. disse...

GABRIEL COUTINHO TITONELE - MANHÃ

Na palestra “Design, Consumo e Sociedade: Ligações Emocionais entre Pessoas e Bens de Consumo” foram abordadas várias questões de que grande interesse para a prática atual do design. De modo geral, a palestra tratou de explicar as transformações dos hábitos de consumo, do período entre guerras até nossos dias, e sua relação com o design e emoção.

Uma das questões colocadas foi a mudança social ocorrida no período entre guerras e como a teoria do design absorveu-a e buscou encontrar soluções para os novos problemas da época. As teorias desenvolvidas no período, e que influenciam o design até hoje, tem como base principalmente o construtivismo, que de modo analítico buscava formas e cores mais puras. Era uma tentativa de reconstruir a realidade seguindo parâmetros mais científicos, mais matemáticos.

O auge dessa vertente se encontra no que seria chamado de “Estilo Internacional”. O estilo ficou muito reconhecido pelo seu discurso funcional e valorização do rigor e da precisão técnica. Sua ideologia baseava-se na ideia de que suas formas universais reduziriam as desigualdades sociais e promoveriam uma sociedade mais justa.

A partir dos anos 1960 e 1970, o discurso modernista racionalista começa a não fazer mais sentido. No final da década de 1980 o modelo modernista-fordista já não conseguia acompanhar as variações do mercado, a movimentação do capital e nem as relações trabalhistas.

O ponto crucial da palestra se encontra no momento em que são discutidos os novos problemas que os designers atuais precisarão enfrentar. A pós-modernidade é marcada pelo pluralismo, há abertura para novas posturas e maior tolerância para as diferenças. Os projetos de design passam a ser menos racionalistas e dão lugar para a emoção e os simbolismos. Os novos públicos, como os kidults, exigem uma maior flexibilidade por parte dos projetos de design.

O design passa a trabalhar com diversas referências, faz uso do kitsch, do pastiche, da ironia, do vernacular, da interatividade, entre outros. O design agora começa a estabelecer um jogo de interpretações e sua audiência também participa na produção de sentidos. No caso de produtos projetados para os kidults, o retrô, por exemplo, é um estratégia amplamente usada, pois é capaz de emular signos de outras épocas e lugares. É conferida uma sensação de nostalgia ao produto, fazendo-o remeter à felicidade e segurança da infância.

No meio dessa profusão de linguagens, teorias e discussões cabe ao designer descobrir as estratégias capazes de atrair o público e possibilitá-los de participar do jogo interpretativo, comum na contemporaneidade, de uma forma que seja prazerosa e cativante.


Referências:

CAUDURO, Flávio Vinicius. Design Gráfico e pós-modernidade. Revista FAMECOS, Porto Alegre, n.13, p.127-139, dezembro 2000.

CAUDURO, Flávio Vinicius; RAHDE, Maria Beatriz Furtado. Algumas características das imagens contemporâneas. Revista Fronteiras: estudos midiáticos, São Leopoldo, v.7, n.3, p.195-205, setembro/dezembro 2005.

DENIS, Rafael Cardoso. Uma introdução à história do design. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. 240p.

Rafael Rodrigues disse...

O professor Anderson Horta abordou em sua palestra assuntos relacionados ao Design Emocional, que é uma área de estudo em amplo crescimento e que vem ganhado notoriedade dentro do Design. A razão disso não é por acaso, a abordagem desse assunto envolve a compreensão de temas como design, sociedade, aspectos culturais, consumo, e outros fatores que nos ajudam a compreender como as mudanças históricas e culturais ao longo das gerações influenciam diretamente a maneira como indivíduos ou grupos sociais se relacionam com outras pessoas e com bens de consumo.

Através da análise histórico-cultural das transformações sociais, econômicas e políticas ocorridas no século XX, podemos compreender o que tem levado as pessoas atualmente a um nível maior de exigência quando se trata de consumir produtos e serviços. O indivíduo já não se satisfaz com aquilo que supre apenas necessidades utilitárias, mas sim com coisas que o toquem emocionalmente, que proporcionem experiências únicas, e que o inspire de certa forma. Ele passa a não consumir as coisas pelo que elas são, mas sim pelo estado emocional que geram, e vemos que as decisões humanas são baseadas em aspectos emocionais mais do que nos aspectos racionais.

As mudanças sociais, políticas e culturais no contexto da formação das últimas gerações interferiram significativamente no modo de se viver das pessoas, dos Baby Boomers (nascidos no pós-guerra, que tiveram uma educação rígida, repleta de regras, disciplina, obediência e respeito) aos pertencentes da geração Y ou “Millennials” (mais ansiosos, individualistas, e imersos na evolução tecnológica). Por consequência foram gerados novos tipos de comportamentos e fenômenos característicos como, por exemplo, os “Kidults”, que são adultos consumidores de produtos que remetem a sua infância.

Nesse contexto, acredito que o design se torna uma ferramenta essencial, por estar atento a essas mudanças sociais e novos hábitos comportamentais e de consumo, e pode colaborar para o desenvolvimento de produtos e serviços adequados a esta nova geração. Como vimos, o design emocional é uma área já existente que aplica esses conceitos e que oferece várias oportunidades de atuação.

RAFAEL AUGUSTO RODRIGUES - DG - MANHÃ

Unknown disse...

Em um mundo cada vez mais racional, ainda tomamos a maior parte das nossas decisões irracionalmente. Principalmente quando as mesmas dizem respeito ao consumo. A palestra “Design, Consumo e Sociedade: Ligações Emocionais entre Pessoas e Bens de Consumo” aborda o crescimento do consumo de bens que despertam o desejo de compra não somente pela sua funcionalidade, mas também pelo seu apelo emocional.

Com o aumento da oferta de produtos cada vez mais parecidos esteticamente e funcionalmente, o lado emocional passou a ter sua força externada pelo desejo de customização. Não aceitamos mais ter apenas o carro do ano, queremos um carro do ano com a nossa cara. Queremos não somente o status que o produto nos proporciona, queremos que ele seja um retrato do nosso estilo de vida e da nossa complexidade. "Abraçamos" produtos e empresas como amigos e da mesma forma os defendemos como se fossem membros da nossa família. O produto não precisa ser necessariamente o melhor, mas o defendemos e o consumimos pela força dos laços emocinais que criamos com eles.

Acredito que o design está sim preparado para trabalhar dentro da complexidade desse novo mercado de consumo. Seu trabalho sempre foi o de traduzir elementos complexos em simplicidade. O design emocional não é uma novidade, o design sempre foi emocional. O design sempre foi uma forma de expressão de desejos e emoções, que é exatamente o que buscamos nos produtos atualmente.

RODRIGO PIETSCH - Design Gráfico Manhã

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