sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Design para um suco melhor

A palestra ministrada pelo designer de produto Frederico Mendes Teixeira teve o objetivo de e stimular a reflexão sobre o design, suas abordagens teóricas, limites conceituais e projetuais. O encontro foi marcado pela participação ativa dos alunos, instigados a pensar a todo momento acerca de suas práticas projetuais. A partir dos testes de diversos espremedores de frutas, buscou-se refletir sobre o valor do design e sobre o que os designers podem fazer para tornar os produtos (e o mundo) melhores.

8 comentários:

Unknown disse...

Na palestra, tivemos a oportunidade de experimentar várias laranjas e fazer um bom suco através do uso de uma variedade de espremedores disponíveis em sala, o que nos levou a uma reflexão baseada nas atividades do profissional de design. De uma forma em que todos os alunos se levantaram e foram até os aparelhos, observando e tentando entender seu funcionamento, foi possível vivenciar o produto e entender melhor as suas barreias de uso, colocando o papel do designer em destaque na atividade de produção.
Pensando um pouco na linha da discussão baseada na comparação apresentada, o contexto em si, já é desafiador. O fato de fazer com que o aluno se dirigisse até o produto para não simplesmente se prender ao que já existe, traz o aspecto singular de toda a situação e nos aponta para direções mais precisas no ramo da criação e projetação.
A princípio, o que ficou bem claro é a importância da experimentação no design em alguns aspectos. No primeiro, a grande importância está em sermos mais empáticos entendo como o usuário se posiciona diante do que criamos e tudo o que vivencia diante do produto ou serviço, fazendo valer o foco e princípio de nosso trabalho: o ser humano. Já em seguida, posso citar a chance que temos de aprimorar o que já existe, identificando os pontos fortes e fracos e até mesmo reparar e antecipar problemas futuros. E por último, outro aspecto interessante é o repertório que construímos, capaz de nos guiar nas reflexões mais profundas de nosso trabalho.
O que cabe aos designers é entender essa importância de se experimentar e trazer alguns desses critérios, se não todos, na realização de suas atividades.
Uma outra discussão orientada em sala, foi a dificuldade que temos em definir design para os outros, juntamente aos pontos de divergência e convergência dessa definição. O grande passo está em trazermos soluções significativas para o dia a dia das pessoas e nos posicionarmos mais como profissionais capazes de transformar vidas.
A partir do que refletimos e discutimos, o meu entendimento em cima de tudo o que fizemos, gira em torno de que o designer é um profissional que existe para tornar a vida das pessoas melhor de alguma forma, criando produtos e serviços de grande relevância e diferenciadores, feitos para pessoas primeiramente, sendo possível, a partir do momento em que se experimenta, que se é empático e se vivencia o que se cria.

André FLD disse...

Tão interessante quanto a dinâmica proposta em sala, a conversa que tivemos após o exercício foi bastante esclarecedora. A forma como o professor abordou e conduziu o tema (bastante frequente em discussões em sala) foi o que fez, dessa palestra, a mais interessante.
Uma observação que o palestrante fez a respeito de colocar um determinado trabalho, que tenha uma linguagem mais popular, no portfólio (que por muitos foram denominados "designs feios"), instiga a reflexão sobre a diferenciação de "design" (como método, processo), e linguagem estética. Acredito que um trabalho que tenha passado pelos processos e métodos de criação apoiados no pensamento de design, mesmo que tenha um valor simbólico e uma linguagem estética "popular" (como o exemplo do espremedor de suco que, para muitos era apenas feio e simplório, era o que melhor desempenhava sua função e o único que, por si só, continha o suco de uma maneira correta para servir), é digno de estar em um portfólio como um projeto de design consistente e importante.
Julgar um projeto de design apenas pelo aspecto formal é demonstrar falta de maturidade. Um exemplo que dei durante a conversa que tivemos em sala, mas que volto a repetir aqui, é a capacidade da minha tia de, por ser uma pessoa financeiramente desfavorecida, encontrar soluções alternativas para solucionar problemas cotidianos. Muitas vezes, as soluções encontradas são simples, porém muito funcionais e seguras. Um bom exemplo é o uso de garrafa PET para guardar açúcar que, além de ter uma ótima vedação (evitando a proliferação de formigas ou a entrada de umidade) possui um formato adequado para o manuseio e é bastante resistente.
Acredito que o designer deva se deixar tocar pelo meio, para assim ter um poder maior de observação e poder enxergar possibilidades para solucionar problemas em potencial. Dentre os espremedores de frutas apresentados em sala, muitos com formas diferentes (o que dificultava o manuseio ou desperdiçava suco), o mais simples deles (e o de, na minha opinião, estética mais agradável) e o que melhor exerce sua função foi, por diversos favores, eleito por mim o melhor espremedor e àquele que representa, para mim, um bom exemplo de um design consistente e maduro.

Jonathan Soares disse...
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Carol D´Alessandro disse...
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Carol D´Alessandro disse...

Frederico Mendes Teixeira, ou Fred, como prefere ser chamado, nos propõe reflexões sobre as nossas percepções a partir de diferentes experimentações. É muito interessante a forma como ele nos mostra que nossa opinião pode ser alterada a cada nova informação ou questionamento que temos. Partimos de conceitos pré-estabelecidos para quebra-los à medida que vamos acrescentando informações ou experiências diferentes. Fred nos propõe vivenciar para verificar as opiniões que carregamos conosco, sugere também que compartilhemos nossas ideias e que escutemos uns aos outros e assim podemos reavaliar e reconstruir os conceitos.
Começamos uma boa conversa sobre valores, conceitos e funções do design. Somos, à toda hora, convidados a reavaliar nossos pensamentos e opiniões, principalmente à partir de novos fatores adicionados às informações pré-existentes. Fred nos convida a refletir, a questionar, a rever velhos conceitos, a experimentar e a partir da experimentação entender o por que do nosso projeto de design.

paulaspit disse...

Da falta de teoria, da sua necessidade ou, até mesmo, o que realmente ela é, o que sabemos é que em todos esses anos não a vimos com o cuidado que precisávamos. Já foi discutido isso em outras disciplinas, e acredito que continuará sendo, a falta que ela fez ao longo do curso. No entanto, é difícil explicar onde ela realmente se torna indispensável, de qual maneira e para que. Mas para isso, Fred soube usar das ferramentas certas fazendo uso da prática para explicá-la, e ainda, conseguiu instigar em nós, alunos, uma reflexão a respeito do assunto. Dos vários litros de sucos produzidos (ou não) pelos “espremedores” trazidos para teste, pudemos perceber que o design não tem cumprido muito bem o seu papel. No entanto, se temos conhecimento disso, por que continuamos comprando esses produtos? Ou melhor, por que continuam a ser fabricados? E ainda, o que faltou durante o projeto para que eles pudessem ser mais bem executados? Não existem respostas corretas para essas perguntas e as que foram pensadas em sala transitaram por vários caminhos que envolvem do preço até o valor emocional que os produtos nos causam. Muito pouco foi falado a respeito do produto e do seu processo projetual, condição que cabe a nós designers refletir sobre. Para finalizar, faço das palavras de Bonsiepe as minhas, porque acho que se encaixa perfeitamente na discussão que tivemos em sala: “projetar introduzindo as mudanças necessárias, significa ter a predisposição para mudar a realidade sem se distanciar dela”.

Adriana Freitas disse...
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Adriana Freitas disse...

Conhecimento e Reflexão através da experimentação. Na palestra tivemos a oportunidade de experimentar alguns modelos de espremedores de laranjas e refletir sobre os desafios e o papel do profissional Designer.
Através da comparação, analisamos a estética, a usabilidade, fatores e valores que um produto pode agregar e que fazem com que o mesmo seja escolhido pelo consumidor final.
A importância da experimentação, de posicionar-se como consumidor e entender as suas necessidades, foi um dos temas abordados por Frederico Mendes.
A necessidade também de pesquisa intensiva, sobre as soluções existentes no mercado, sobre o que deu certo ou não, é um dos papeis do designer, que tem por responsabilidade traduzir os desejos e as necessidades das pessoas em soluções que proporcionem um diferencial em suas vidas.

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