Ao contrário da ideia que se teve durante muitos anos de que a marca de uma empresa é a sua representação gráfica, hoje o mercado gira em torno da ideia de identidade corporativa (que inclui a parte visual, é claro, mas não se limita a ela). Muito além de uma representação visual marcante e bem resolvida, que as faça se destacarem em meio a tantas outras, as empresas veem, ao longo dos anos, reconhecendo que a força de sua marca está diretamente ligada à convergência de sua missão e valores com a rotina e os hábitos dos funcionários que as representam. Afinal, os primeiros interessados no crescimento de uma marca devem ser os seus colaboradores.
Torna-se então essencial, que todos os seus colaboradores, desde fundadores até aqueles que trabalham para a empresa, estejam de acordo com a sua filosofia. E qual é a melhor forma de conseguir isso?
Primeiramente, as empresas devem definir muito bem a sua estratégia, seus valores e principalmente a mensagem que quer transmitir, bem como o público para o qual irá transmiti-la. Esse processo deve passar por caminhos internos e externos à instituição, investigando e reconhecendo todos os fatores que construirão identidade da mesma. Dessa forma a empresa começa a definir o que é, e qual é o impacto que seu posicionamento causa naqueles ambientes (interno e externo).
Na sequência dessa definição do branding, deve vir o processo de reeducação e treinamento dos colaboradores, inserindo no dia-a-dia da empresa costumes e práticas coerentes com a identidade identificada. É ai que entra um interessante processo de alinhamento interno chamado Endobranding.
O Endobranding é a melhor forma que uma instituição pode encontrar para difundir entre seus funcionários a sua missão, valores e visão. Através do endobranding, a empresa reconhece que o fortalecimento de sua marca começa de dentro para fora, integrando todos os seus funcionários de seus mais diversos setores, favorecendo o engajamento e envolvimento dos mesmos em relação a empresa.
Através do endobranding, as empresas conseguem melhorias incríveis, tanto tangíveis quanto intangíveis. Desde o resgate do orgulho e da satisfação do funcionário em relação a marca para a qual trabalha, até aumento na lucratividade e rentabilidade das empresas, são inúmeros os benefícios desse processo.
Feitas todas essas considerações, pode-se definir então o papel do designer. De posse de uma estratégia de comunicação e de um branding bem definidos, o designer consegue tangibilizar quase todas as ideias que permeiam a identidade da marca. Empresas que acreditam que somente um bom design conseguirá sustentá-las estão fadadas a serem engolidas por aquelas que além de um belo símbolo, apresentam ao público um conteúdo consistente. Nas palavras de Flávio Tófani, comunicador e especialista em marketing, "maquiagem borra". Ou seja, não importa o quão visualmente apresentável seja a empresa, se ela não tiver uma indenidade sólida, com funcionários que "vistam a camisa", produtos ou serviços de qualidade e uma essência que reflita em todas as direções.
Autora: Iris Ramadas
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