quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Design=Cultura: destino Guatemala


Palestra: “Design=Cultura, destino Guatemala” - Como as diversas manifestações da cultura influenciam no trabalho da designer Daniela Karam.
"Para ela, um conceito está totalmente inserido dentro do outro em vários sentidos. Primeiramente, porque ela se alimenta de tudo que vive para inspirar sua marca. Informação e cultura estão em sua mesa de trabalho. Viagens, exposições de arte, mercados públicos, o que vê passando pelas calçadas, o que experimenta na culinária ou na trilha sonora que marca cada época da sua vida, tudo se transforma em matéria prima de suas criações. Outro ponto importante é que Daniela reconhece e valoriza o design em muitas soluções cotidianas criadas intuitivamente pelas pessoas no dia a dia. Para ela, estas soluções inteligentes, que facilitam a vida e que muitas vezes encontramos em simples casas e mercados de rua, são puro design. Por isso, resolveu se dedicar profundamente a este estudo aqui no Brasil e em povos de fortes tradições no mundo.(...)"
Leia o release sobre seu trabalho clicando AQUI.


Palestrante:
Daniela Karam Vieira, Formada em Comunicação Social pela UFMG, 1994. Atua como designer gráfico há 15 anos. Convidada para participar como designer sênior da da equipe de criação da rede Imaginarium, por 2 anos. Designer da própria marca desde 2007.
Contato: www.danielakaram.com.br

16 comentários:

Fernanda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernanda disse...

O designer está constantemente em busca de inspirações para realizar seus projetos que se resume em expressões. Expressão de um sentimento, desejo, mensagem, ou seja, comunicação. Em um projeto de design autoral essa expressão se torna livre e algo extremamente pessoal.
Ao ver o excelente trabalho feito por Daniela Karam ficou mais claro para mim como podemos utilizar o nosso repertório e como temos que educar o nosso olhar. Podemos ver em suas obras, que a viagem resultou em sua nova coleção mais do que uma simples estética. Ela representa a cultura da Guatemala e a visão da designer sobre o local.
Outro fator interessante é que na sua coleção, Daniela não utiliza dos materiais originais do local e procura alternativas para a criação de suas peças. Ela acaba por `adaptar´ os recursos materiais disponíveis à suas idéias. E seu produto se transforma em vitrine tanto da viagem como da cultura da Guatemala.
Acho interessante ver como o design autoral consegue expressar e representar culturas e informações de uma maneira pessoal, do ponto de vista do autor. No caso da coleção `Design = Cultura, destino Guatemala vemos a cultura da local através do olhar de Daniela Karam.

Fernanda Campolina :: 8ºp. DG Noite

Cathia Miranda disse...

Design e Cultura

O conceito de cultura foi formalizado pela primeira vez por Edward Burnett Tylor, em 1871, como “o todo complexo que compreende o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, as leis, os costumes e as outras capacidades ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”. Lembrando que cada cultura se expressa de um modo único específico.
Vale ressaltar que os objetos comunicam suas identidades de diferentes maneiras: com os materiais empregados, com sua composição, procedimentos de produção, suas variações cromáticas. Neste contexto o designer se depara com uma imensa gama de possibilidades de caminhos a seguir, tendo em vista a riqueza cultural de um povo. Abordagens como a da Daniela Karam, da Arte Nativa Aplicada (já extinta) e o projeto Minas e Raízes são exemplos que merecem ser citados, pelo valorização da cultura presentes em seus projetos.
A riqueza cultural da Guatemala serviu de inspiração para a designer Daniela Karam. Além das fotos a exposição - Destino: Guatemala contou com objetos criados pela designer que teve como maior fonte de inspiração um dos maiores símbolos da Guatemala, os bordados e suas vestimentas. A riqueza cultural da Guatemala pode ser visto na variedade de peças criadas e na imensa paleta de cores presentes nos trabalhos da designer.
A Arte Nativa Aplicada, desde sua criação em 1976 até seu encerramento em 2002, introduziu temas ligados ao conceito de resgate da memória nacional aplicado à estamparia, sendo desenvolvidos padrões inspirados na Expedição Langsdorff, nos azulejos de origem portuguesa, nas xilogravuras de cordel, nos grafites do artista plástico Alex Vallauri, além dos ícones tribais. A diversidade de temas estava ancorada na idéia de redesenhar o Brasil desde as nossas raízes até a atualidade. A estamparia brasileira adquiriu uma identidade, com formas e cores amparadas em nossas raízes culturais.
Já o Projeto Minas Raízes, busca valorizar a cultura regional por meio de práticas sustentáveis estimulando a geração de renda e o desenvolvimento local. Em 2008 surgia o projeto, como um design inclusivo, observador e estimulador de potencialidades. A princípio a proposta de atuação é voltada para o gerenciamento de projetos feitos pelos artesãos de Nova Lima. O desenvolvimento do projeto tem início com um diagnóstico, à observação dos costumes, das tradições, da natureza. É fundamental para o trabalho do artesão desenvolver a observação criativa, enxergar a totalidade, vivenciar cada detalhe, respeitando as técnicas tradicionais, o uso e extração das matérias primas, os processos e o tempo de cada lugar.
Através de diferentes abordagens o designer pode buscar a valorização cultural de um povo, seja através da busca de referências na cultura material e iconográfica para a criação de novos produtos, seja no gerenciamento de projetos onde se ensinam os artesãos a caminharem por si só.


Cathia A. Miranda - 8°P - DG/Noite

Unknown disse...

Design e Cultura. Os temas saltam aos olhos de Daniela Karam, através de sua coleção toda inspirada na Guatemala. A designer procurou mesclar as características expressas pelos habitantes que residem em povoados na Guatemala, pessoas estas que transbordam uma riqueza cultural inquestionável. Não apenas em suas vestimentas, mas assim como em suas atitudes tão próprias ou mesmo no pensamento coletivo regional.
O que mais me chamou a atenção foram os objetivos de sua coleção: um objeto viajante – uma cultura a ser conhecida. Ela não intenciona a venda de produtos, mas sim expressar, traduzir os sentidos e impressões que teve do país, pelo uso do design. O design é só um suporte para transmitir a riqueza cultural local. Instiga muito mais um retorno a simplicidade, que muitas vezes deixamos em segundo plano em nossas inquietantes vidas.
Daniela vê o design no cotidiano que a rodeia. O que não dizer do design de um tecido com múltiplas funções, desde embalar um bebê junto ao corpo da mãe ou mesmo servir como saia para a mesma, este não teria um design criativo com soluções inteligentes para diversos problemas locais? É desse design popular que trata a coleção design=cultura proposta por ela.
Além de um belo visual, consegue transmitir novos olhares ao redor de tradições antigas, como se copiássemos muitas vezes – com novas formas – o que já foi criado há muito por nossos antepassados. A coleção é experimental, conceitual e capaz de despertar em seu expectador o desejo de retorno as suas raízes. Um retorno aos costumes culturais de cada sociedade e que toda nação deveria fazer para se conhecer melhor, a partir daí criando novos e melhores produtos, adaptáveis ao ambiente em que se inserem.

Priscila R. Oliveira - 8° DG / Noite

Unknown disse...

A prática do design está inerentemente ligada a aspectos culturais, porém, durante muito tempo as questões culturais de um determinado público eram visto de uma maneira equivocada, com o único intuito de atingir questões mercadológicas, criavam-se análises superficiais da cultura local, massificando características e ignorando certas individualidades.
Hoje em dia, o design conta com uma gama de pesquisadores, acadêmicos e profissionais que se ocupam em entender mais a fundo as questões culturais e a valorização da cultura a partir da prática do design, o projeto Minas Raízes da Escola de Design é um bom exemplo dessa nova preocupação por parte de profissionais da área, nele, designers e professores auxiliam artesões de comunidades pequenas a valorizar seu trabalho e sua produção através da inserção da cultura local na sua prática profissional. Um importante aspecto dessa ação por parte dos designers é respeitar a cultura em que está trabalhando sem estereótipos e sem a pretensão de melhorar ou modificar o modo de vida de cada sociedade. Mais do que acrescer algo pra essa sociedade, na maioria das vezes, quem mais ganha é o próprio profissional de design e sua área de atuação que consegue fugir de métodos e estéticas saturados e criar algo que faz mais sentido e acrescente mais a quem consome seus produtos.
Quando se percebe um contexto histórico-cultural em qualquer obra do design, essa, ganha um valor a mais por ultrapassar o produto e passar a ter algo a dizer além do simples consumo. A designer Daniela Karan deixou isso bem claro em sua palestra, a maior parte de seus clientes não adquire suas peças por mero consumismo, há algo peculiar nas peças, extraído da cultura que serviu de inspiração para a criação, que justifica aquela aquisição, ocorrendo certas vezes até o desestímulo por parte da profissional de consumidores que não entenderam bem a proposta.
Há um campo inesgotável de fonte de inspiração para o design que trabalha a cultura como principal norteador de sua prática e assim o designer dá também uma contrapartida interessante para nossa sociedade como todo.

GBM disse...

Daniela me fez pensar nisso,
Suprir as necessidades das pessoas...
“O objeto serve para o homem agir sobre o mundo, modificar o mundo, estar no mundo de uma forma ativa; o objeto é uma espécie de mediador entre a ação e o homem”. (BARTHES)
Diante da ação do homem no mercado, o trabalho de design se resume cada vez mais ao estimulo de novos desejos de consumo de atribuir um valor de novidade ou de diferenciação estética de artefatos preexistentes do que ao objetivo tradicional de suprir necessidades concretas através do aperfeiçoamento constante dos artefatos que compõem a nossa paisagem fabricada. Observar as pessoas no seu cotidiano para descobrir os agentes modificadores de seus comportamentos, do que gostam, o que não gostam, onde têm necessidades
que não são atendidas pelos produtos e serviços atuais. “O design se aproxima mais neste final de século das ciências sociais, da sociologia, da antropologia e da filosofia em busca de antecipar as necessidades reais dos usuários do futuro”. (Dijon de Moraes).
O fato é que tanto a Daniela Karam como Dijon de Moraes abrem um link para se discutir o pensar no mundo como uma coisa só, o porque não se juntar tudo numa coisa só formando uma unidade. Devemos compartilhar conhecimentos, experiências, histórias, formas, etc.
“Longe é um lugar que não existe”. (Daniela Karam)

GUILHERME BATISTA MARTINS } 8º P. { DG/NOITE

Idriane disse...

Foi de suma importância a palestra da Daniela Karam pois, nos trouxe uma nova visão de inspiração, não tão bem utilizada, como ir a países, até mesmo nunca desejados. O interesse da Daniela em buscar outros meios de inspiração em suas artes é o que foi de imensa sabedoria. Utilizar de seus gostos íntimos como meio de conseguir bagagem cultural para realizar seus trabalhos profissionais, é o que me despertou bastante interesse. Pensar em como podemos ter o sustento baseado no que amamos e ainda tirar proveito dos momentos para enriquecer nossos conceitos de toda natureza. Penso, agora, de maneira diferente quanto ao que amo, que é o design. Prestar mais atenção em tudo que está a nosso redor, aonde quer que possamos ir, e pensar sempre no que possamos utilizar tal coisa e para quê, é definitivamente importante para nosso senso e bagagem criativa.
Ser criativo não significa inventar um universo próprio e mergulhar nele, nem expressar-se utilizando uma linguagem pretensamente culta. Ser criativo é antes de tudo ser natural. A maneira que a Daniela procurou a naturalidade de uma cultura diferente foi fantástica. Nos mostrou como podemos utilizar dos costumes distantes, até mesmo desconhecidos, do outro lado do mundo, de maneira tão criativa e de muito bom gosto.

Anônimo disse...

Daniela é uma Designer que foge dos padrões "normais" da metodologia do design.
Ela desenvolve seu trabalho antes de existir a própria demanda de design.
Viajou para a Guatemala em busca do seu próprio interesse de conhecer um lugar novo, uma cultura nova e ou seja, um motivo para se criar algo original. Depois quando de volta ao Brasil desenvolveu trabalhos e foi chamada para fazer uma exposição aberta ao publico nos shoppings de algumas cidades no Brasil.
Mesmo depois de uma tragetória de mais de 15 anos como designer grafico, seu trabalho não se limita apenas a parte de industria gráfica, como também desenvolve peças de design de produto decorativas como cristal entre almofadas e estampas para móveis e algo mais.
Trabalhou muitos anos como deigner senior na imaginarium, loja muito sofisticada e requintada.
Mas o ponto onde quero chegar trata-se de uma contraposição a metodologia do design, ela cria uma peça por conta própria depois sai para vender, como havia dito no começo ela cria uma demanda de design e produz e depois vende.
Investe seu tempo e suas coisas, em si mesma.
Viagens, fotografias, anotaçoes, culinária, cultura, conhecimento do mundo que está ao seu redor de forma sutil e delicada, transformando isso tudo em em design, agregando valor a coisas simples do cotidiano. Singularidade, palavra que define bem o trabalho dela, poucas pessoas teriam essa iniciativa, esse dom de buscar nas mínimas coisas os aspectos formais, na trivialidade do dia-dia e transformar isso em trabalho de design de bom gosto e sofisticação.

Naoto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

(PRIMEIRA PARTE)

Olá a todos! Bom, vou a um comentário menos acadêmico e mais pessoal.

Após, pesquisar sobre a Daniela, assistir sua palestra, pesquisar sobre os lugares pelos quais ela passou e ler os comentários dos meus colegas, posso sintetizar o assunto Daniela Karan - que fique bem claro que é o assunto e não a Daniela que sintetizo aqui - em algumas palavras:

- Autoral
- Cultura - como alimento e princípio do design
- Coleção
- Unidade Gráfica
- Design Popular
- Metodologia e processo de criação
- Publicidade

Vamos lá, ao invés de falar separadamente dessas palavras, as quais elegi, vou tentar amarrá-las num comentário único.

Conhecendo o trabalho da Daniela é inegável o aspecto autoral. Não é possível desvencilhar de seus projetos uma identidade gráfica que é típica e natural dela. Por outro lado, verifico uma forma mais livre de trabalhar sua coleção, de modo que a unidade gráfica entre os produtos resultantes da viagem não se faz de forma tão comprometida com um aspecto uno. Quando penso nesse traço pessoal, livre, nas coleções e no ateliê, fica claro pra mim que o tênue limite entre arte e design se esvai enquanto a Daniela circula pelas áreas do conhecimento. É inegável o aspecto multidisciplinar com o qual ela aborda seus temas. Eu poderia citar como exemplo, design gráfico, design de produto, artes visuais, comunicação e publicidade. Esse mix de atuações, de ponto de partida ou chegada foi algo que deu muito certo, sem reduzir a importância de nenhuma área do conhecimento. Isso só reafirma a importância do aspecto multidisciplinar do profissional. Enfim, não precisamos fazer cinco faculdades, mas nada nos impede de adquirir conhecimento em outras áreas.

Ao analisar a trajetória da Daniela Karan, não posso atribuir ao seu sucesso profissional somente a palavra talento. Para alcançar esse status livre e até certo ponto, autoral de seu trabalho, existe uma larga experiência, passagem por escritórios muito interessantes, amor e dedicação ao que faz, além da abordagem multidisciplinar. Talvez seja muito mais que isso, mas enfim, o que eu quero dizer é que talento, se é que existe talento, não é o principal, muito menos fator determinante de um profissional. Acredito bem mais em esforço, amor e trabalho. Acho que essa é a combinação que gera aquilo que chamamos de talento.

Ainda abordando seu sucesso e sua multidisciplinaridade, vejo um traço publicitário em seu trabalho. Ficou a lição: a promoção que nós fazemos de nós mesmos como profissionais e de nosso trabalho faz toda diferença no resultado final. Eu diria que ser bom no que se faz é o básico. Saber como promover seu trabalho e você mesmo faz a diferença.

Um bom exemplo de abordagem promocional são as categorias nas quais Daniela divide seus produtos (Objeto – Décor, Objeto – Presente, Objeto – Arte, Objeto – Viajante e Objeto Pessoal), elas não só atribuem qualificações a eles como tornam seu trabalho mais atraente. Essa categorização, ao contrário do que foi dito nos comentários anteriores, pressupõe metodologia. Não posso fazer grandes afirmações sobre a metodologia da Daniela, pois não a indaguei sobre o assunto, mas percebi em seu trabalho características típicas da metodologia proposta por Baxter (ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Metodologia_de_projeto). A exemplo dessas características uma fase investigativa de observação e análise onde fica clara sua pesquisa, uma fase projetual e uma fase de execução. Ela caracterizou seu processo criativo como “caótico”. Talvez nessa fase ela tenha encontrado uma forma mais particular de lidar com a criação.

Natália Olívia 8ºDG Noite | UEMG - Universidade do Estado de Minas Gerais

Unknown disse...

(SEGUNDA PARTE)

Existem métodos criativos como o brainstorm ou uma metodologia dirigida proposta pelo professor da Universidade do Estado de Minas, André Borges, semiótico, onde através de categorizações progressivas se obtém o conceito, dentre outros métodos. Entendendo a criatividade como resultado da combinação entre imaginação, conhecimento e avaliação*, pressuponho que cada pessoa possui uma combinação diferente desses fatores, levando-as um processo criativo particular. Por isso, existem várias metodologias criativas e várias formas de lidarem com elas. O que não podemos abandonar é a idéia de que design pressupõe método e ele direciona e enriquece o resultado. Diante das necessidades individuais eu complementaria meu colega Luiz com REINVENTE!

Por fim, cultura e design popular. Ao analisar a história da humanidade é clara a mudança de valores do ser humano. Da pré-história ao mundo contemporâneo, observamos a mudança nas práticas e no pensar. Posso destacar os diversos rituais em civilizações antigas, o foco na fé e as grandes navegações da era medieval, o iluminismo que mudava o foco para o homem, a era moderna com os questionamentos religiosos e a revolução francesa que deu início à idade contemporânea e conseqüentemente a ascensão da burguesia e início da era industrial. Contudo, nós que vivemos numa era pós revolução industrial e numa recente revolução tecno-científica ainda percebemos a larga mudança de valores e crenças neste curto espaço de tempo. Se na era industrial tivemos a criação das linhas de montagem e um foco na produção em detrimento do ser humano como trabalhador, com largas jornadas de trabalho e condições sem nenhuma segurança, na era Vargas houve a Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT, em vigor até hoje. Com o tempo as empresas perceberam que era preciso mudar o foco e passaram a focar em qualidade e no cliente. Hoje, tudo isso não é mais suficiente, porque as necessidades atuais são prementes e não podem mais esperar. As necessidades sociais e ambientais transferem o foco das empresas de clientes para pessoas, passando finalmente a levar em conta também uma peça chave do sistema, o trabalhador. As empresas tomam consciência de que lucro está arraigado à sustentabilidade e que catástrofes ambientais não são mais uma previsão de ambientalistas para outro milênio. O consumidor está cada vez mais exigente e informado. Com essa recente transformação de valores, a valorização da cultura e da produção popular é uma das manifestações da crescente valorização do ser humano. Nada mais adequado que buscar respostas e inspiração naquilo que foi produzido por ele mesmo de forma conjunta, socializada ou pontual. Não se trata mais de uma solução estética colorida. Trata-se do respeito e da utilização do conhecimento popular, que foi construído ao longo dos anos, passando e originando informações de geração em geração.

* Essa combinação é atualmente uma das propostas mais aceitas, foi desenvolvida por Ruth Noller, uma pesquisadora americana. Ver http://www.mundoinnova.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=15&Itemid=257

Natália Olívia 8ºDG Noite | UEMG - Universidade do Estado de Minas Gerais

Unknown disse...
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Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Aproveitando o ensejo, gostaria de compartilhar aqui também o trabalho do cineastra e fotógrafo Gregory Colbert (http://pt.wikipedia.org/wiki/Gregory_Colbert), que de forma semelhante à Daniela, utiliza a cultura e as relações entre homens e animais para gerar uma exposição composta por obras fotográficas, filmes e um romance epistolar.

Desde de 1992 Gregory viajou por países como Índia, Burma, Sri Lanka, Egito, Dominica, Etiópia, Quênia, Tonga, Namíbia e Antártica pesquisando sobre a relação entre seres humanos e animais.

De acordo com a wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ashes_and_Snow), "Ashes and Snow é a exposição do artista canadense Gregory Colbert que consiste numa coletânea de obras fotográficas, filmes e um romance epistolar, todos eles companheiros de viagem de um museu itinerante, o Nomadic Museum, uma estrutura temporária exclusivamente concebida para acolher a exposição. O trabalho explora as sensibilidades poéticas partilhadas pelos seres humanos e pelos animais. Ashes and Snow já viajou até Veneza, Nova Iorque, Santa Mônica, Tóquio e Cidade do México. Até à data, Ashes and Snow já atraiu mais de 10 milhões de visitantes, o que a converte na exposição de um artista vivo mais visitada de todos os tempos."

Pra terem uma noção do trabalho visite a busca por imagens no google (http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&safe=off&q=gregory+colbert&um=1&ie=UTF-8&ei=Rqd9SoWcIZavtgeop-XuAQ&sa=X&oi=image_result_group&ct=title&resnum=1).

Aconselho-os a assistirem os vídeos do youtube:

Ashes and Snow / Feather to Fire (http://www.youtube.com/watch?v=gSX444hQ5Vo)

Flying Elephants part 1 (http://www.youtube.com/watch?v=WR7yzPLXNAM&feature=related)

Flying Elephants part 2 (http://www.youtube.com/watch?v=5Dde5b_q2Hk&feature=related)

Por fim, quem curtiu, visite o site da exposição (http://www.ashesandsnow.org/).

Há informações na internet de que a exposição virá para o Brasil em 2009. Tomara que venha mesmo! E de preferência passe por BH!!!

Enfim, é isso pessoal!

Saudações a todos!

Natália Olívia 8ºDG Noite | UEMG - Universidade do Estado de Minas Gerais

Naoto disse...

Das palestras de todo o semestre, a da Daniela Karam, com certeza foi a que mais me instigou.
A idéia de se deixar de lado todos os processos de criação, teoricamente, "acadêmicos" é no mínimo, interessante. Isso pra não dizer, libertador! Libertador no sentido de que não é necessário ter a mesma linha de pensamento de grandes designers para se criar algo novo e interessante.

Claro, o aprendizado de toda metodologia é importante, já que para se poder desconstruir algo, é necessário saber como construir, para que aí sim, se possa pensar em nessa desconstrução! E nesse processo se criam novas metodologias, novas reconstruções que servem ao processo individual de criação.

Outro ponto interessante, foi como que com todo o processo da criação de coleções, como ela mesmo denomina, acaba por transformar o nome dela, mais do que valor de trabalho e passa a se tornar uma marca, quase uma grife.
E de todo esse processo quase artístico surgem peças surpreendentes! E como é interessante pensar nesse processo de forma reversa e de como isso pode ser revertido e incorporado no nosso processo de criação que, na minha opinião, está sempre mudando, mesmo que na essência dessa reconstrução da criação continue a mesma.

(Dei uma editada no meu texto. O comentário anterior ficou um pouco truncado em algumas partes, mas não consegui deletar o comentário anterior. abs)

Unknown disse...

A palestra da Daniela Karam foi inspiradora. Dessas que dá vontade de correr para casa e escrever no primeiro caderninho que aparecer o turbilhão de idéias e como conseguir mais. Todo designer está mais do que careca para saber que para criar algo realmente interessante ou original é preciso desapegar das tecnologias que o computador nos proporciona e partir para novas fontes de informação e técnica. Muitos designers passam o dia todo na frente do computador e se desfrutam dos mesmos sites de pesquisa e programas de criação, ou seja, a chance de criarem algo pouco inovador e parecido é muito grande. Mas não adianta apenas buscar novas técnicas de criação, é preciso que a idéia esteja bem formulada. E a palestra da Daniela foi recheada de inspirações para trabalhos de designers. Para Daniela uma das formas de conseguir novas idéias é a viagem a países de fortes tradições no mundo. A pesquisa se dá toda no país escolhido, visitando e registrando lugares que sejam pontos turísticos ou não. Para isso ela utiliza seus caderninhos de bolso para registrar as idéias que surgem a cada momento e consegue coletar um material único, que não seria possível se fosse feito pela internet. O contato com novas culturas enriquecem exponencialmente a bagagem cultural do visitante e isso amplia a forma de pensar. Mas para criar algo inovador e interessante não é preciso visitar o outro lado do mundo, pode ser até mesmo o outro lado da cidade. Muitas pessoas conhecem menos da cidade que vivem que o próprios turistas que a visitaram. Por isso é sempre importante estar atento aos mínimos detalhes da vida que vivemos. Assim como faz a Daniela Karam, capaz de anotar até o que comeu, quanto pesou e quanto deu. As informações estão por todo lado, é preciso mudar a forma que olhamos para as coisas mais simples do cotidiano e saber aproveitar as oportunidades.

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